
Guardava com ela pensamentos
Pensamentos em forma de palavras que poderiam abrir portas, fazer voar suspiros e acelerar corações
Ou muito bem podiam fechar um processo e tornar alguém um mestre para uma vida que continuaria
Não arriscava.
Não posso dizer que chocava estes pensamentos, porque eles jamais viriam a bicar o chão; fazer barulho no mundo.
Era isso: os pensamentos ficavam presos em calabouços negros, ora pensava que era quente e cheio de flores, mas não! Eles ficavam armazenados em lugares sem vida, sem sol, crônicos e endiabrados, porque vira e mexe a perseguiam e pré-ocupavam suas noites e manhãs.
Era medo de quê isso???
Medo de perder o que tinha feito? Medo de perder esta felicidade estranha, introvertida e limitada.
Visitava os pensamentos às vezes. Montava sonhos, curtos sonhos; afinal não tinha energia vital para dar continuidade... não arriscava, o quê?
Da onde ela pensou que a vida tinha sentido no esconderijo?
E os desenhos devem ser mostrados, a opinião deve ser dita, o não deve ser internalizado.
Existe vida quando se nega, quando se pensa ao contrário, quando não se quer.
Estava prestes a explodir o castelo solitário e jamais visto.
Estava prestes a morar em uma casa em um bairro qualquer na zona norte de uma metrópole.
Já começara a jogar os milhos no chão... para que um dia achasse caminho de volta para sua casa no bairro, se este ficasse irreconhecível.
Era ela, em conjunto com as coisas dela, dentro e fora!
ResponderExcluirE quando ela se adentra ao sentido do nunca-vivido, ela rompe.
Ocupando-se em pegar cada migalha, para ver o seu miserável tempo se esvair diante de seus olhos.
Não importa aonde ela quer morar, a sua morada interna está cedendo, e as suas paredes estão rachadas, cheias de infiltrações.
Infiltram-se os sentimentos antigos, os novos esperam um novo lugar para habitar.
No vazio, no tempo que se abre para ela, a linguagem se manifestará no silêncio do oculto.
E não existe esconderijo melhor do que si mesmo.
Deste recolhimento nasce um acolhimento.
Ali, as coisas brotam, volta a vir-a-ser novamente o vivido.
O nunca-vivido por ela a surpreende, tanto que, ela pode habitar qualquer mundo, espaço, que ela ainda estará a procura de si mesma.
Adorei o texto li, meus parabéns.
Amo.