segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Bem Vinda ao Mundo



Sentia as coisas mais do que nunca
De casa nova, nada mais despencava
O primitivo não estava mais em seu lugar de descanso
Sentia falta do espaço que chorava, ria e admirava novos pensamentos, descobertas e alívio
Sentia falta do espaço onde Ela ria do que doía, do que era estranho
De seus olhos caiam lágrimas de saudade
Oh, minha amiga da vida, obrigada por acender o que estava escuro.

A cada passo tenta ser forte e ir sozinha
Através da escrita, descobre que tem um baú de idéias e pensamentos bons para seguir
Ás vezes esquece que tem e o baú entala em sua garganta
Ele já existe, ele foi construído.
E sabe de si mesmo, sabe de sua história
Ás vezes é visitada por uma angústia que a faz querer ir embora
Ir embora e deixar a falta de atenção, o tédio, os laços que vão se tornando maiores
Mas o medo fica menor, quando descobre que é feliz por ter se lançado e visto que sem sonhos jamais poderia ter o grande aconchego que tem hoje
Escolher o que se tem será maior do que qualquer perda
Remexe pensamentos e lembra que ´´foi possível cantar enquanto estava nervosa´´.
Olha calmamente o sol, a rua, as pessoas e o sentir
Sente quando o vento a abraça e penteia os pêlos de seu rosto

Não pode deixar a colheita no meio do verão
O que será de si se não souber regar as plantas quando não houver chuva?
O futuro vem com flores cheirosas
Mas, o caminho é tão doloroso ás vezes, que não derruba lágrimas!
Ás vezes esquece que é uma mulher de desejos
E que está aprendendo a escolher, a perder
Há um tempo experimenta algo valioso
Antes não tinha sido tão valorizada, tão cuidada por um amor
Antes não tinha se valorizado, se cuidado tanto pelo seu próprio amor
O amor coloca em sua frente escolhas, perdas, e quem ela realmente é
E isso avassala o seu mundo, despenteia os seus cabelos, fecha a porta de um castelo solitário
Em que viveu durante anos uma dor que a fez crescer como um Baobá
Sadia, doente, ansiosa, alegre.. .ela vai se mostrando
Não pensa mais que está em uma jaula
Solta as correntes dos pés, finalmente observa que não há mais ingenuidade como antes
Pensa que está na vida, e que foi escolhida por algo que tem
Não insiste mais em saber do que não se sabe
Pára quieta e não existem mais ondas para destruir o seu castelo de areia
Que já visualiza e tem força: ´´se a onda derrubar, eu molho as mãos e construo um novo´´.

E novamente sente falta de quem falou para ela seguir
Ela ensinou a molhar a minha mão para construir novos castelos se estes forem dissolvidos pelo água do mar incontrolável.
E tenta segurar o navio com pensamentos bons, não só pensamentos, como sentimentos
E outros não tão bons que fazem parte da vida
Fui bem vinda por Quem sinto saudades
Bem vinda ao mundo, Lilian.

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