Colocou-se a disposição para olhar o que poderia ser dilacerante
Com a notícia, pôde apenas acolher e engolir
Era subserviente a dor do outro
Gestava e perdia sua mãe
O feminino gigante bateu em sua porta
Guardava o segredo, sangrava e doía o corpo novo
Sentiu-se feia, rejeitada e inadaptável
Tentou ser o que não é para segurar o que não sabe
Mas, precisava seguir
Perdoar é concordar com o coração, ela pensou.
Esqueceu o que fora perdoar
De qualquer forma, só decorou o que poderia ser e não foi
Em sua alma florescia flores que pesavam suas costas
A cólera passeava em seus olhos, braços, dedos e pensamentos
Enrijecia com a dor e o medo
Não queria mais cuidar
Sabia que era sofrido
Planejou em como levar e olhar
Era difícil
Alguém puxou e mostrou
Sem estar preparada, sem ser em seu tempo
Através do choro pode ver e sentir o quanto a mancha escura ocupava sua alma
Pisava em seu coração
Porém, sabia apenas acolher, esconder, não expor
Não era essa a via de auto cuidado
De longe, enquanto protegia a vergonha do outro, se via
Estava com medo, descontrolava a chorar
Pequena, sem mãe, sozinha
Um choro ressentido de três anos