domingo, 29 de janeiro de 2012

Mão de Flor - a caminho -

Ela não sentou no banco naquela manhã.
Seus sonhos não foram destruídos 
Não se preocupou com o que ainda não acontecera.
Aos tambores, abriu o armário para a mulher que não agüentava mais o que se repetia 
Abraçou o diferente, abraçou o que não se pôde controlar 
Por vezes era agarrada por estranhas sensações que talvez nunca vai esquecer 
Mas, ao olhar para os lados e ver suas escolhas
Percebia que aquilo era o agora. O que realmente importava ; os frutos, a soma. 
E fez isso somente com o que se é, com o que se quer 
No caminho se dava conta de perdas, suspirava e continuava 
Era difícil perder. Cambaleava e tentava achar a saída a cada perda 
Recolhia outros pedaços que encontrava no caminho 
Depois se sentia segura novamente.
Ás vezes queria ter uma varinha mágica 
Pensava com frequência nesta possibilidade
Mas no fundo ficava feliz em poder saber que uma oração poderia ser a cura do que se dói. 
O mundo tem um tempo diferente que também dói. 
Aos poucos enxergava que o melhor seria passar o tempo rindo, acordando cedo, dançando, beijando, não controlando. 
Apenas sendo ao que se pedia e fazia parte de suas escolhas. 
Aos poucos percebia que o tempo passava rápido porque ela não sabia viver o tempo 
Não o entendia, não o sentia... não o queria. 
Compreende, sente e o queira. O tempo aí não dói. 
Aos poucos vai aprendendo a acolher o que se sente 
Até mesmo a felicidade, que antes a tirava do eixo 
Agora pede-se palma quando se está contente. 
A mão de ferro está tão longe... 
As vezes tenta existir, em um pensamento ou em algum contexto. 
Mas, ela vem sendo mais de flor, de pêssego.. de águas em pedras lisas. 
Mesmo sabendo que existe muito para mudar...
Algo parece mais leve, mesmo EU resistindo em encontrar.