terça-feira, 17 de abril de 2012

Labirinto


Para melhor.
O labirinto se torna claro, as paredes têm seus espelhos quebrados
Finalmente se vê uma saída, nuvens, sol.
E tudo vai se transformando
Ela é outra coisa.
Estômago, fome, saudade, nada.
Pode ser flor, algo bom!
Nem é mais o cigarro.
Pode ser material: mesada à amada, saudade do amado, os dias que não vieram.
Hoje pode ser cores novas, saudade, saúde.
E eu fico feliz em saber que pode ser outra coisa. QUALQUER OUTRA COISA!
E muito cansada após longa caminhada, algo vai se desfazendo para o novo.
E vejo a saída do labirinto.
Finalmente, ela se viu como uma cobra
Discretamente tenta se largar logo das peles que a machucavam durante tantos dias
Mas, olhava e entendia que de alguma forma esse foi o único modo de tentar sair do labirinto naquela época...
Depois viu que na verdade ela não tinha saido
Voltou, e pisou no caminho de espinhos para se resgatar.. havia se esquecido.. ali.
Não estava no chão, mas estava perdida.
Época frágil, de escolhas bambas.. longe de si.
Só achou a saída porque conheceu sua passagem até ali.
Só encontrou a saída porque voltou para se encontrar no meio de tanta bagunça, tantos caminhos diferentes
Eram várias mãos com lanternas iluminando um caminho escuro na época..
Passagem..
Voltou para se resgatar
Uma das mãos vinha de um lugar cheiroso... que sente saudade e traz a base para novos pensamentos.
Aos poucos, com um tempo sem relógio, lembra de algumas passagens..
Faz sentir que tem uma história.
Sente-se de repente.. assim.. localizada.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Mão de Flor - a caminho -

Ela não sentou no banco naquela manhã.
Seus sonhos não foram destruídos 
Não se preocupou com o que ainda não acontecera.
Aos tambores, abriu o armário para a mulher que não agüentava mais o que se repetia 
Abraçou o diferente, abraçou o que não se pôde controlar 
Por vezes era agarrada por estranhas sensações que talvez nunca vai esquecer 
Mas, ao olhar para os lados e ver suas escolhas
Percebia que aquilo era o agora. O que realmente importava ; os frutos, a soma. 
E fez isso somente com o que se é, com o que se quer 
No caminho se dava conta de perdas, suspirava e continuava 
Era difícil perder. Cambaleava e tentava achar a saída a cada perda 
Recolhia outros pedaços que encontrava no caminho 
Depois se sentia segura novamente.
Ás vezes queria ter uma varinha mágica 
Pensava com frequência nesta possibilidade
Mas no fundo ficava feliz em poder saber que uma oração poderia ser a cura do que se dói. 
O mundo tem um tempo diferente que também dói. 
Aos poucos enxergava que o melhor seria passar o tempo rindo, acordando cedo, dançando, beijando, não controlando. 
Apenas sendo ao que se pedia e fazia parte de suas escolhas. 
Aos poucos percebia que o tempo passava rápido porque ela não sabia viver o tempo 
Não o entendia, não o sentia... não o queria. 
Compreende, sente e o queira. O tempo aí não dói. 
Aos poucos vai aprendendo a acolher o que se sente 
Até mesmo a felicidade, que antes a tirava do eixo 
Agora pede-se palma quando se está contente. 
A mão de ferro está tão longe... 
As vezes tenta existir, em um pensamento ou em algum contexto. 
Mas, ela vem sendo mais de flor, de pêssego.. de águas em pedras lisas. 
Mesmo sabendo que existe muito para mudar...
Algo parece mais leve, mesmo EU resistindo em encontrar.